MIGUEL ARCANJO PRADO
da Folha Online
Um dos advogados que defende o jornalista Roberto Cabrini, Renato Martins --que trabalha conjuntamente com o advogado Alberto Zacharias Toron--, disse à Folha Online que espera a soltura de seu cliente nesta quinta-feira (17). Cabrini está preso desde a última terça-feira. Ontem, ele foi transferido para o 13º Distrito Policial, no bairro da Casa Verde, região norte de São Paulo. Cabrini foi indiciado por tráfico de entorpecentes.
Flávio Florido/Folha Imagem |
Roberto Cabrini (foto) está preso no 13º DP da Casa Verde, em SP |
Ontem, a defesa do jornalista apresentou à Justiça, um pedido de relaxamento do flagrante, com base na teoria de que o flagrante "foi armado" contra Cabrini, informou Martins.
"Estamos à espera da análise do Ministério Público e da decisão do juiz. Não há prazo para isso ocorrer, mas esperamos que Cabrini seja solto hoje", disse o advogado.
"O pedido de relaxamento do flagrante se baseia na argumentação de que esse flagrante foi forjado", afirmou Martins. Cabrini não pode ser solto mediante pagamento de fiança, já que o crime de tráfico de entorpecentes é inafiançável, disse o advogado.
Almeida Rocha /Folha Imagem |
Advogado de Roberto Cabrini diz que comerciante Nadir Silva (foto) mente |
Martins negou que seu cliente tenha qualquer envolvimento amoroso com a comerciante Nadir Dias da Silva, 50, como ela afirmou durante o depoimento que deu na terça-feira. Silva estava com Cabrini no carro do repórter, no momento em que a polícia encontrou dez papelotes de cocaína no porta-objeto do veículo, que estava estacionado em frente a uma padaria da região sul de São Paulo.
"Ele se envolveu com ela em razão de uma reportagem que fazia sobre o PCC. No meio dessa história, ela passou a ameaçá-lo e fez com que ele consumisse [a droga], sob ameaça de uma arma, com o intuito de filmá-lo. Ele me falou: 'Renato, eu tinha que fazer essa concessão para preservar minha integridade física'. É como se um jornalista fosse fazer uma reportagem na floresta e uma tribo o obrigasse a comer carne humana. Ele não comeria?", disse o advogado.
Segundo Martins, a comerciante filmou seu cliente consumindo cocaína para extorqui-lo depois. "Uma pessoa que faz uma coisa dessas demonstra o desejo de extorquir. Ela mostrou que é do tipo de pessoa que faz chantagem. Não faz o menor sentido ela acusar um jornalista do nível profissional e pessoal do Cabrini. Tudo foi forjado", disse o advogado.
Martins concluiu a conversa afirmando que acredita que a liberdade provisória de Cabrini está perto de ser concedida. "Ele tem família e laços em São Paulo. Meu cliente não pretende fugir", declarou.
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