Saiba mais sobre os interesses dos envolvidos na trégua em Gaza
a Reuters
colaboração para a Folha Online
O acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo extremista palestino Hamas na faixa de Gaza teve início nesta quinta-feira, um dia depois que cerca de 30 foguetes de fabricação caseira foram disparados de Gaza contra comunidades ao longo da fronteira, segundo o jornal israelense "Haaretz".
Arte Folha Online |
Momentos antes do início da trégua, a Força Aérea israelense matou um homem que se preparava para lançar um foguete perto do campo de refugiados de Bureij, no centro de Gaza. Fontes palestinas disseram, ainda de acordo com o "Haaretz", que o homem morto era um militante do Hamas.
O cessar-fogo tem o objetivo de acabar com aos freqüentes ataques com foguetes e morteiros contra Israel vindos da faixa de Gaza, assim como as investidas militares e ataques aéreos israelenses no território.
Saiba mais sobre os interesses dos envolvidos no cessar-fogo em Gaza:
Israel
Os EUA pressionaram Israel por uma trégua para remover um obstáculo nos diálogos de paz entre o primeiro-ministro israelense Ehud Olmert e o presidente palestino Mahmoud Abbas.
Israel também visa frear as críticas internacionais de sua estratégia de bloqueio em Gaza e evitar uma ofensiva militar que poderia resultar em grandes perdas para os dois lados.
Com a retirada do bloqueio econômico gradual e parcialmente, o Estado judeu minimiza o impacto imediato do cessar-fogo e mantém a flexibilidade para impor novamente as sanções em uma ocasião futura. Essa abordagem de Israel reflete suas dúvidas sobre a duração da trégua. O Exército é instruído a se preparar para uma suposta operação em Gaza caso o cessar-fogo não tenha sucesso.
A fronteira de Rafah, entre Gaza e o Egito, será mantida fechada. Israel condiciona a abertura do local à libertação do soldado israelense Gilad Shalit, seqüestrado por grupos ligados ao Hamas em junho de 2006.
O Estado judeu também utiliza o cessar-fogo para aumentar a pressão sobre o Egito para barrar o contrabando de armas para a faixa de Gaza.
Hamas
O grupo islâmico precisa de suprimentos para acalmar a população, que sofre desabastecimento desde que ele assumiu o controle de Gaza, há um ano.
O Hamas, criticado pelo Ocidente por se recusar a reconhecer Israel e a renunciar a violência, também espera obter legitimidade internacional. Oficiais israelenses e norte-americanos, que recusaram negociar diretamente com o Hamas, aceitaram o diálogo com mediação do Egito.
Com o cessar-fogo, o grupo extremista também evita uma ofensiva de Israel.
Egito
Cairo quer estabilidade em sua fronteira com a faixa de Gaza. Em paz com Israel, o Egito busca evitar desentendimentos com os outros países árabes em seu papel de manter o "cordão islâmico de Gaza".
O país também quer restringir os contatos do Hamas e a ajuda mútua entre o grupo e com a oposição islâmica egípcia, a banida "Irmandade Muçulmana".
Além disso o Egito teme ter que se encarregar do encargo econômico da faixa de Gaza se israel deixar a região.
Mahmoud Abbas
Abbas e seu governo na Cisjordânia precisam de credibilidade com os eleitores da faixa de Gaza.
A violência de Gaza forçaria Abbas a suspender diálogos de paz com Israel, reduzindo as chances de um acordo. O presidente procura uma medida de controle sobre as fronteiras da região para restabelecer o seu partido.
EUA e União Européia
Os EUA e a União Européia (UE) afirmam querer melhorar as condições humanitárias para os habitantes de Gaza, assim como ajudar Abbas a restabelecer sua autoridade.
A UE também diz buscar o retorno de monitores internacionais para a fronteira de Rafah, embora não esteja claro em quanto tempo conseguirá fazer isso.
www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u414061.shtml
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