Perita criminal diz que sangue em carro é de Isabella
Quantidade de material achado no local, que foi lavado, não permitiu exame de DNA.
Rosângela Monteiro explicou que foi usada uma tabela norte-americana de probabilidades.
Silvia Ribeiro Do G1, em São PauloA perita criminal Rosângela Monteiro, coordenadora da equipe do Instituto de Criminalística (IC) que elaborou o laudo da cena do crime, afirmou em audiência no Fórum de Santana que o sangue encontrado na cadeira de transporte de criança no carro de Alexandre Nardoni é da menina Isabella, segundo informou assessor de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) que acompanha a audiência.
"Eu sei que é sangue humano e o sangue é de Isabella", disse Rosângela Monteiro. Segundo a assessoria do TJ-SP, foi detectada uma mostra de sangue, cujo material seria de uma "mistura de doadores", que poderiam ser Alexandre Nardoni, Anna Jatobá, Isabella e uma quarta pessoa, com maior probabilidade de ser do sexo masculino.
Diante do juiz Maurício Fossen, do 2° Tribunal do Júri da capital, Rosângela Monteiro explicou que foi usada uma tabela norte-americana de probabilidades, cujo resultado levou à conclusão que o sangue no carro é de Isabella.
A declaração de que o sangue é de Isabella foi dada na segunda etapa do depoimento, quando ela respondia perguntas da defesa do casal. O depoimento da perita durou cerca de duas horas e terminou às 16h05 desta terça-feira (17). Por volta das 16h40, começou o segundo depoimento.
Ao ser questionada pela defesa, a perita ainda esclareceu que os peritos analisaram todos os acessos ao prédio e nenhum vestígio de fuga foi encontrado tampouco de rompimento em fechaduras.
A cerca elétrica, que estava desligada na noite de 29 de março, e os muros do Edifício London também não apresentaram qualquer indício de invasão, segundo a perita, que acrescentou ter retornado ao prédio "de sete a oito vezes".
Rosângela é a primeira testemunha de acusação a ser ouvida por Maurício Fossen nesta terça. De acordo com a especialista, foi encontrada no apartamento do casal no Edifício London, na Zona Norte, de onde Isabella foi jogada pela janela, uma fralda em um balde com "bastante amaciante de roupa". A perita também informou que tramas da tela de proteção de janela foram detectadas pelos peritos.
A perita disse durante o depoimento, segundo a assessoria do tribunal, que foram identificadas manchas na fralda, mas não suficientes para fazer exame de DNA. A delegada Renata Pontes concluiu no inquérito que a fralda havia sido usada para estancar o sangue de um corte na testa da criança.
Rosângela também informou que havia marcas de sangue visíveis no apartamento, que não precisaram de reagentes para serem identificadas. A pedido da Promotoria, a perita deu detalhes do trabalho feito pelos quatro profissionais do IC envolvidos na elaboração do laudo do caso Isabella.
Os peritos usaram, por exemplo, uma lâmpada forte para analisar as marcas deixadas na camiseta de Alexandre Nardoni pela tela de proteção. Rosângela diz, no entanto, que as marcas já eram perfeitamente visíveis. Além disso, os exames detectaram, de acordo com o depoimento, que a pegada encontrada no lençol do quarto de onde Isabella foi arremessada era compatível com o chinelo usado por Alexandre Nardoni na noite do crime.
Segundo a testemunha, os peritos também analisaram a janela de onde a menina foi jogada, principalmente o perfil de alumínio. De acordo com a assessoria do tribunal, ela disse que nada de importante foi encontrado. Ela também ressaltou que era importante levar a tela para análises no laboratório.
Em relação à volta dos peritos ao apartamento, Rosângela disse que a primeira perícia já mostrou que a menina entrou no apartamento carregada e ferida. Mas eram necessários novos exames, principalmente no carro da família.
http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL604556-15528,00.html
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