quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

RN perde quase 2 mil empregos em janeiro

O período de entressafra em dois importantes segmentos do setor agropecuário e os ajustes nos quadros de pessoal depois da euforia e da demanda em alta, verificadas no final de ano nas indústrias, levaram o Rio Grande do Norte a fechar 2.735 postos formais de trabalho em janeiro. Na outra ponta, a construção civil e os serviços foram os grandes geradores de novas vagas. Juntos, estes dois abriram 846 vagas que, somadas às 35 abertas pelo setor mineral evitaram que o estado começasse o ano com um dado ainda pior quando o assunto é o mercado de trabalho com carteira assinada. No balanço geral, o RN chegou ao fim do primeiro mês de 2008 com um saldo negativo de 1.909 vagas no balanço entre admissões e demissões. Os números fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados e foram divulgados ontem pelo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi.
Frankie Marcone/DN
O setor industrial fechou parte das vagas sazonais que abriu no final do ano

O fechamento de quase dois mil postos de trabalho no estado foi puxado principalmente pela indústria de transformação (que ceifou 856 vagas) e pelo setor agropecuário, onde nada menos que 1.879 empregos foram perdidos. Nos dois casos, os motivos para os cortes são bem claros.

Na indústria de transformação, as demissões de parte do pessoal contratado em outubro do ano passado - para fazer frente às encomendas de final de ano - e o Programa de Demissão Voluntária da Coteminas, uma das maiores indústrias têxteis em operação no estado, foram determinantes para o balanço negativo. Somente na companhia mineira, cerca de 200 pessoas foram demitidas e informações extra-oficiais pontuam que na Guararapes (que chegou a contratar 600 pessoas no ano passado para dar conta da produção extra de final de ano) outros 250 trabalhadores tenham sido demitidos desde dezembro.

Já no setor agropecuário, o período de entressafra em dois dos principais geradores de empregos do setor foram os responsáveis pelo declínio das vagas. O setor sucroalcooleiro, por exemplo, que no pico da safra (que vai de julho a janeiro e tem seu ápice em setembro, outubro e novembro), fechou no final do ano passado a grande maioria dos quase 6 mil postos que abre no período mais intenso de colheita. Situação semelhante se verifica no setor de fruticultura, cuja safra alcança o pico entre outubro de novembro e, nesta época do ano trabalha com o volume mínimo de trabalhadores para a manutenção das plantações nas fazendas, principalmente nas regiões do Baixo-Açu e do Oeste.

A expectativa, para os dois segmentos é de que os números de vagas continuem em queda por pelo menos mais quatro meses. "Somente lá pelo início do mês de junho, quando recomeçam as contratações no setor canavieiro deveremos verificar uma reversão neste quadro", afirma o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do estado (Fetarn), Manoel Cândido.

Na ponta dos dados positivos, o destaque para o setor de construção civil salta aos olhos. O setor foi o que mais abriu vagas (foram 485 novos postos já descontadas as demissões), na esteira do verdadeiro e histórico boom vivido pelo estado, com novos empreendimentos e empreendedores pipocando a cada dia. "Sem dúvida, a construção civil potiguar vive um momento singular. E isso traz muitos reflexos positivos para a nossa economia. A geração de novos postos de trabalho nas construtoras é apenas um deles", afirma o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do RN (Sinduscon), Silvio Bezerra.

O outro segmento que emplacou um número positivo foi o setor de serviços, no qual o balanço entre admissões e demissões deixou um saldo de 361 novos empregados formais. "Este número é o reflexo óbvio do fato de janeiro ser o mês mais movimentado para o nosso turismo. Com isso as empresas que estão ligadas a esta atividade precisam contratar mão-de-obra para fazer frente à demanda", diz o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do RN, Marcelo Queiroz.




Luciano Kleiber
Da equipe do Diário de Natal




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materia.php?idsec=5&idmat=168145

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