A Polícia Federal (PF) deverá colher ainda nesta semana depoimentos de funcionários e ex-funcionários da Petrobras e também das empresas Halliburton e Transmagno acerca do roubo de dados sigilosos da estatal brasileira, ocorrido na semana passadao. Os ex-funcionários serão ouvidos porque ao menos 40 técnicos da área de exploração que conheciam os procedimentos de segurança deixaram a companhia estatal nos últimos quatro meses, atraídos pela concorrência. Os dados roubados sobre a megajazida de Tupi, na Bacia de Santos, estavam gravados em notebooks pertencentes à Halliburton e foram retirados do interior de um contêiner da Transmagno.
A Petrobras mantém sigilo sobre o assunto. Porém, fontes ligadas à PF ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo revelaram que as investigações devem de fato apurar a possibilidade de espionagem industrial. Dessa forma, estaria praticamente descartada a hipótese de ter havido um roubo comum de equipamentos que, por coincidência, teriam dados importantes da empresa. Até agora, sabe-se que o contêiner da Transmagno era usado pela Halliburton como uma espécie de escritório flutuante para a avaliação dos dados técnicos retirados da área de Júpiter, na Bacia de Santos, onde a Petrobras informou ter encontrado gás natural abaixo da camada pré-sal.
A Halliburton, segunda maior companhia de serviços de petróleo do mundo, era a responsável pelos computadores que continham as informações da Petrobras. A empresa tinha acesso aos dados devido a um contrato com a estatal brasileira para fornecer serviços de teste de exploração e desenvolvimento em ambientes de alta pressão, alta temperatura e águas profundas no Brasil. O contrato, de quatro anos, tem valor de 270 milhões de dólares.
O crime - O contêiner deixou a área do campo de Tupi em 18 de janeiro, chegando ao terminal de contêineres Multiportos, no Rio, no dia 25. De lá, partiu por terra, em caminhão da Transmagno, até a base da Halliburton em Macaé, onde foi aberto no dia 10 de fevereiro – então, o roubou teria sido constatado. A Petrobrás limitou-se a divulgar uma nota confirmando o roubo de quatro notebooks e dois discos rígidos.
A cúpula da Polícia Federal define nesta segunda o nome de um de seus diretores para acompanhar passo a passo as investigações sobre o roubo. O comando das investigações deverá continuar com a delegada Carla Dolinski, da PF de Macaé, responsável pela abertura do inquérito no dia 7.
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