SÃO PAULO - Após 10 horas de trabalhos, o bimotor que derrapou no Aeroporto de Congonhas foi amarrado com uma cinta e içado às 4h desta quinta. Os bombeiros tiveram de jogar água na aeronave para evitar risco de explosão, já que ainda havia combustível no tanque. Abastecida, ela pesa 5 toneladas. Uma pane no motor esquerdo pode ter causado a derrapagem, mas as causas do acidente ainda estão sendo investigadas pela Aeronáutica. O avião bateu no muro de proteção e por pouco não caiu na Avenida Washington Luiz, no mesmo lugar onde o Airbus da TAM cruzou a via e explodiu no prédio da TAM Express, matando 199 pessoas em julho do ano passado. (Veja fotos do acidente)
A Líder Táxi Aéreo informou que o bimotor pertence à Ultrafarma e estava sendo operado por pilotos da própria empresa de venda de medicamentos quando se acidentou. Em entrevista ao SPTV, o presidente da Líder afirmou que a Ultrafarma estava adquirindo uma aeronave mais nova de sua empresa e que o bimotor seria aceito como parte do pagamento. A negociação teria ocorrido há seis dias.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que não há registro da negociação entre as duas empresas e que a Ultrafarma é, oficialmente, a dona da aeronave. O presidente da Líder diz que a propriedade é da Ultrafarma, assim como a posse.
- Íamos aceitar a aeronave usada na venda da aeronave nova - afirmou o presidente da Líder, acrescentando que a responsabilidade da operação ainda era da Ultrafarma.
O avião foi levado a um hangar da Líder e ainda não é possível saber se conseguirá voar de novo. Parte dele está coberta por lona e o bico, amassado após bater no muro de contenção do aeroporto, está envolto por saco plástico preto.
Avião ficou preso ao muroA aeronave ficou mais de 14 horas apoiada no muro e foi retirada às 4h desta quinta por um guindaste, içada. A empresa optou por içar com um guindaste para evitar mais danos à aeronave, que teria de ser arrastada de volta à pista. No acidente, o trem de pouso, o bico e as hélices da aeronave quebraram e houve vazamento de combustível.
Três pessoas ficaram feridas no acidente. A Anac informou que o avião estava com a manutenção em dia e que não havia problema com a certificação da tripulação.
O vôo que, sairia de Congonhas com destino a São José dos Campos, no Vale do Paraíba, era o primeiro após uma manutenção no bimotor. O piloto chegou a tirar os pneus do asfalto, mas a aeronave teria puxado para o lado esquerdo. Hadi Sami abortou a decolagem e a aeronave acabou batendo no muro de proteção.O muro de contenção do aeroporto ficou levemente danificado. Um cano de água foi rompido no acidente e há vazamento de água no muro.
Segundo a Secretaria Municipal de saúde, o piloto Hadi Sami Yones, 41 anos, o passageiro Ronaldo Mendes da Silva, 38 anos, e o co-piloto Maurício Gomes Dias, de 33 anos, foram atendidos no Hospital Saboya e tiveram ferimentos leves
- Ouvi um barulho muito forte - diz Reinaldo Marques, assistente social, que viu o acidente.
O acidente ocorreu às 14h36m e prejudicou as operações do aeroporto. A pista auxiliar ficou uma hora fechada e foi reaberta às 15h37m. A pista principal só foi reaberta às 16h. Os vôos entre São Paulo e Rio de Janeiro ficaram suspensos por mais de uma hora.
O acidente causou enorme congestionamento na Avenida Washington Luis e no corredor da Avenida 23 de Maio. A aeronave ficou na grama da cabeceira da pista e atraiu a curiosidade dos motoristas, piorando a lentidão. No aeroporto, nos guichês das companhias, longas filas se formaram por passageiros em busca de informações.
No início da manhã desta quinta, a curiosidade de quem passava diante do aeroporto ainda era grande. Muitos tentavam ver o local do acidente.
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