Os norte-americanos que afirmam que a religião é parte importante de suas vidas apóiam o provável candidato republicano John McCain por uma margem de dez pontos percentuais, com 50% indicando preferência pelo republicano contra 40% para seu rival democrata.
Como esperado, o democrata Barack Obama lidera entre aqueles eleitores menos religiosos, com uma margem um pouco maior, 55% contra 36% de McCain.
A sondagem avaliou a relação entre a escolha eleitoral e a importância da religião na vida dos entrevistados e aponta que este é um fator importante na definição das bases eleitorais deste ano.
Como cerca de dois terços dos eleitores consultados pela Gallup apontam que a religião é um fator decisivo em suas vidas, o cenário se torna mais positivo para McCain. No campo republicano, os evangélicos --um em cada quatro adultos nos EUA-- são vistos como uma das bases mais fiéis dos republicanos nas eleições nacionais e alavancaram a reeleição do presidente George W. Bush, em 2004.
A relação tradicional entre o voto religioso e o Partido Republicano pode ser explicada pela similaridade no pensamento conservador, principalmente em assuntos como aborto e células-tronco.
Assim, McCain ganha uma margem esmagadora de 36 pontos percentuais entre os eleitores brancos protestantes --como ele-- ou cristãos não-católicos, com 63% das intenções de voto contra 27% para Obama.
Entre os eleitores brancos que não se identificam com nenhuma religião, os dois presidenciáveis obtém resultados muito próximos, 46% para McCain e 45% para Obama.
O mesmo padrão aparece no grupo dos católicos brancos. Entre aqueles que dizem que a religião é fator importante, McCain ganha com uma margem de 16 pontos percentuais. Já entre aqueles que não vêem a religião como crucial em suas rotinas, Obama lidera por uma margem estatisticamente insignificante, 47% a 45% das intenções de voto.
Inversão
O cenário se inverte quando são avaliados eleitorados tradicionalmente democratas. Obama, que converteu-se ao cristianismo já adulto, tem forte apoio entre hispânicos católicos, negros cristão não-católicos e o grupo daqueles que não têm uma identidade religiosa definida.
Segundo a sondagem, entre os católicos hispânicos, Obama lidera tanto entre aqueles que não apontam a religião como importante (63% a 30%) quanto entre aqueles que dizem ser religiosos (57% a 31%).
Quando questiona-se os negros cristãos não-católicos, o forte apoio de Obama entre o grupo étnico parece superar novamente a questão da religião. Ele lidera por margens esmagadores tanto entre os religiosos, 90%, quanto entre os não religiosos, com 92% das intenções de voto.
Minorias
Bem abaixo da média nacional, apenas 39% dos judeus norte-americanos declaram que a religião é importante em suas vidas. Entre este pequeno grupo, McCain e Obama empatam com 45% das intenções de voto para cada.
Já entre os judeus que declaram não ser religiosos, Obama tem surpreendentes 68% das intenções de voto contra 26% de McCain.
Obama lidera também nos dois grupos da minoria que se declara seguidora de religiões não-cristãs e não-judaicas. Sua maior margem, contudo, é entre aqueles que não se declaram religiosos, 68% dos votos contra 23% de McCain.
Um cenário parecido é apontado pela sondagem no grupo de eleitores que não se identificam com nenhuma religião, cerca de 12% dos norte-americanos. No geral, o grupo apóia Obama por grandes margens, com 61% das intenções de voto entre os que apontam a religião como fator importante e 65% entre aqueles que não apontam.
A pesquisa consultou 94.872 eleitores, entre março e junho de 2008. A margem de erro é de um ponto percentual para mais ou para menos.
www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u420312.shtml
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