colaboração para a Folha Online
O furacão Dolly atingiu nesta quarta-feira a fronteira entre EUA e México, marcada pelo rio Grande, e avançou em direção às cidades de Brownsville (Texas) e Matamoros (Tamaulipas, México). Meteorologistas afirmam que o furacão perdeu força e decaiu para a categoria um, com ventos de 153 km/h.
Ainda hoje, quando se aproximava da costa do Texas, Dolly ganhou força e atingiu a categoria dois.
David J. Phillip/AP |
Banner de hotel em South Padre Island, no Texas, desaba após a passagem do Dolly |
A escala Saffir-Simpson de intensidade tem como categoria máxima o nível cinco e os furacões são considerados perigosos quando chegam à categoria três. No entanto, Dolly, que se alimenta das águas quentes do golfo do México, pode destruir estruturas mais antigas ou mal construídas, além de casas móveis.
A tempestade obrigou milhares de pessoas a se dirigirem a abrigos. As fortes chuvas e ventos arrancaram telhados, placas de trânsito e cortaram a energia de milhares de habitantes da região atingida.
O furacão tocou terra aproximadamente às 14h (em Brasília) em South Padre Island e seguiu em direção a Port Isabel, Bahía Grande e Brazos Santiago Pass, 50 quilômetros ao nordeste de Brownsville, segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC, em inglês), com sede em Miami (Flórida).
Tomas Bravo/Reuters |
Ventos fortes do furacão Dolly golpeam árvores e carros em Matamoros, no México |
Dolly avança a cerca de 11 km/h em direção oeste e os ventos fortes se estendem cerca de 25 quilômetros do exterior do olho do furacão.
As autoridades disseram que permanece em vigor um aviso de furacão para a costa do Texas, de Brownsville até Corpus Christi, e para o nordeste do litoral mexicano, de Rio San Fernando até a fronteira.
O NHC divulgou que o furacão é acompanhado de chuvas que podem chegar a 300 milímetros, e, em porções do sul do Texas e do nordeste do México, podem atingir até 500 milímetros nos próximos dias.
"Estas precipitações provavelmente causarão inundações amplas na região", acrescentou o NHC.
Texas
O governador Rick Perry, do Texas, colocou 1.200 guardas em alerta e declarou situação de desastre em 14 condados vizinhos. Autoridades do Estado divulgaram que os moradores da região não precisarão deixar suas casas até que o furacão chegue à categoria 3, com ventos de 178 km por hora.
Matt Slocum/AP |
Policiais fogem do furacão após limpar escombros de loja em Brownsville, Texas |
De qualquer maneira, o governo disponibilizou 250 ônibus da cidade continental de Santo Antônio para retirar os moradores das áreas de risco quando for necessário.
O Serviço Meteorológico Nacional advertiu de que a tempestade poderia causar ondas de até quase dois metros. Autoridades texanas temem que as barragens do rio Grande transbordem.
A Biblioteca Pública de Brownsville se transformou em centro de emergências e de controle das operações da Polícia, dos bombeiros, dos socorristas e do pessoal médico.
O prefeito de Brownsville, Pat Ahumada, indicou que estavam previstas inundações na área leste da cidade, separada do litoral por 30 quilômetros de terras baixas e alagadiças em torno da boca do Rio Grande.
Petróleo
Meteorologistas citados pela Reuters afirmaram que não deve haver impactos sobre as refinarias de petróleo localizadas na área. Ao menos um quarto das instalações petroleiras norte-americanas se concentra no golfo do México, de acordo com o governo dos EUA.
Tomas Bravo/Reuters |
Vista geral de setor feminino do abrigo contra furacões na cidade de Matamoros (México) |
Por precaução, a companhia anglo-holandesa Shell já retirou 185 pessoas de suas instalações. ExxonMobil e Chevron também esvaziaram suas refinarias do pessoal "não-essencial".
A Marinha americana decidiu, por sua vez, retirar mais de 100 aviões de suas bases de Corpus Christi, Dallas, Midland e San Angelo, no Texas, e de Las Cruces, no Novo México (sudoeste), afirmou o porta-voz Tamsen Reese, acrescentando que os demais aparelhos serão guardados em hangares
Durante a presente temporada atlântica, que começou em 1º de junho e terminará em 30 de novembro, se formaram quatro tempestades tropicais: Arthur, Cristóbal, Dolly e Bertha, sendo que as duas últimas se transformaram em furacões.
Segundo os meteorologistas, a temporada será "ligeiramente mais ativa" que o normal, com formação de entre seis e nove furacões e de 12 a 16 tempestades tropicais.
Após a destruição causada pela passagem do Katrina em 2005, apenas o furacão Humberto atingiu a costa dos EUA, em outubro de 2007.
www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u425479.shtml
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