sábado, 9 de maio de 2009

Comércio tenta recuperar fôlego no Dia das Mães







Crise provocou forte desaceleração das vendas no fim do ano passado; este ano, a retomada começou no final de abril

Clarice Sá
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Venda de móveis e eletrodomésticos deve crescer 3% no mês
Venda de móveis e eletrodomésticos deve crescer 3% no mês
O comércio aposta no Dias das Mães para consolidar a recuperação das vendas e contornar a forte desaceleração provocada pela crise econômica no fim do ano passado, segundo avaliação de representantes do setor consultados pelo Abril.com.

A Confederação Nacional do Comércio (CNC) aposta num crescimento de 3% na venda de móveis e eletrodomésticos em maio, na comparação com o mesmo período de 2008. O resultado será impulsionado pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Para a venda de eletroeletrônicos, a entidade estima alta de 11%. O setor de hiper e supermercados – que também oferece esses itens – tem expectativa de aumento de 7,8% nas vendas. “São dados bons, que estão acima da média de 4,5% dos últimos meses”, afirma o economista Fábio Bentes, da CNC.

Bentes destaca, no entanto, que as estimativas ainda são baixas se comparadas com o ano passado. No acumulado de janeiro a setembro de 2008, mês de maior turbulência econômica, as vendas de bens duráveis cresceram 21%. A crise reduziu o resultado a 8,4% no fechamento de 2008. No comércio como um todo, a desaceleração foi de 10,4% até setembro para 4,4% no fim do ano.

Shoppings
Contando com o reforço de quatro mil lojas que entraram no mercado, a Associação de Lojistas de Shopping (Alshop) espera um aumento de 5% a 6% nas vendas de maio - desempenho considerado “relativamente bom” na avaliação do presidente da entidade, Nabil Sahyoun.

“Eu diria que o pior momento já passou, haja visto os ganhos que a bolsa teve no mês de abril. A tendência agora é manter a recuperação das fortes perdas que o mercado teve aí depois de setembro”, diz o Sahyoun. “Há empresários que estão sofrendo aí com a questão do crédito, que está mais restrito. Os bancos estão com medo de inadimplência, então estão segurando muito e soltando em doses homeopáticas e as taxas continuam elevadas. Esse é um problema que afeta o varejo, que vive muito do crediário e do crédito também.”

Comércio popular
Apostando na redução do crédito e na insegurança dos consumidores para comprar a prazo, os donos de lojas populares de São Paulo apostam nos descontos à vista para atrair a clientela.
“Aqui na 25 de Março, estamos investindo em promoções permanentes exatamente devido à crise”, conta Eduardo Ansarah, diretor da União dos Lojistas da 25 de Março (Univinco), o maior centro de comércio popular do país.

Segundo Ansarah, os comerciantes da região se beneficiaram da insegurança do consumidor em contrair dívidas de longo prazo. Houve migração do consumo de produtos de maior valor agregado - do setor automotivo, linha branca e celulares – para itens de menor valor e consumo imediato. Esse movimento leva os lojistas da região de Rua 25 de Março a apostarem em alta de 6% a 10% nas vendas em maio em relação ao ano passado.

No Brás, tradicional reduto da indústria têxtil paulistana, a expectativa é crescer 5%, afastando a estagnação registrada no primeiro trimestre deste ano. Outro reflexo da crise na região é a falta de contratação de funcionários temporários para o Dia das Mães – que só perde em vendas para o Natal. “O pessoal manteve a equipe, mas deixou de contratar”, afirma Jean Makdissi Jr., diretor da Associação de Lojistas do Brás (Alobras).

Para Ansarah, da Univinco, as vendas do atacado também retomarão resultados positivos. “Nesse fim de abril, início de maio, o consumo está voltando a reagir. Nessa primeira semana de maio está reagindo ainda muito timidamente, mas a gente está apostando que há uma reação positiva no varejo e no atacado”, avalia. “Acabou aquele trimestre que ficou entalado, parece que não deslancha e agora a tendência é o negócio fluir.”

O economista Fábio Bentes,da CNC, pondera que a recuperação do setor será lenta e dependerá da manutenção do emprego e das condições de crédito. “Se, por um lado, as demissões ainda estão aumentando, por outro, a renda de quem está empregado está sofrendo menos esse ano. Então, em termos de poder de compra, a situação é até mais favorável. Mas na questão de empregabilidade, a incerteza ainda é forte.”






www.abril.com.br/noticias/economia/comercio-tenta-recuperar-folego-dia-maes-469368.shtml











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