FLÁVIO FERREIRA
do Agora
A bancária Ana Carolina Cunha de Oliveira, 24 anos, mãe de Isabella, 5, vai atuar oficialmente ao lado do Ministério Público na acusação contra o estagiário de direito Alexandre Alves Nardoni, 29 anos, e a dona-de-casa Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, 24 anos, réus no processo do assassinato da menina.
O juiz do 2º Tribunal do Júri de Santana (zona norte de SP) Maurício Fossen autorizou a participação da advogada da mãe de Isabella como assistente de acusação na ação penal, na última sexta-feira.
A inclusão no processo criminal vai permitir que Cristina Christo Leite, advogada de Ana Oliveira, participe dos interrogatórios de réus e de testemunhas, peça a realização de novos laudos e fale aos jurados em um eventual julgamento por um júri popular.
Reprodução |
Ana Carolina Cunha de Oliveira e a filha, Isabella, 5, que foi jogada do sexto andar do edifício London, na zona norte de São Paulo |
Segundo o promotor de Justiça Francisco José Taddei Cembranelli, responsável pela denúncia contra os réus, a decisão de Ana Oliveira de participar ativamente na acusação foi tomada cerca de 15 dias após o crime, ocorrido no dia 29 de março.
Cembranelli disse que à época foi procurado pela mãe de Isabella e a advogada, e as aconselhou a esperar pela conclusão do inquérito do assassinato para atuar oficialmente no caso. Elas seguiram a orientação e, discretamente, passaram a realizar contatos freqüentes com o Ministério Público sobre as investigações, segundo o promotor.
"Disse à Ana Oliveira e à advogada dela que o ideal seria aguardar o fim do inquérito, para evitar uma exposição exagerada e desnecessária delas durante as investigações", afirmou Cembranelli.
A participação de advogada de Ana Oliveira na acusação pode provocar um efeito psicológico nos eventuais jurados do caso, segundo Cembranelli. Em um júri, a advogada ficaria durante todo o julgamento ao lado do promotor, no campo de visão dos jurados.
A advogada de Ana Oliveira já poderá fazer perguntas aos réus no interrogatório do processo criminal marcado para o próximo dia 28 no Fórum de Santana (zona norte).
Para o Ministério Público, Nardoni e Anna Jatobá, pai e madrasta de Isabella, foram responsáveis pelos asfixiamento e arremesso da menina do sexto andar do edifício onde morava o casal.
Os advogados dos réus dizem que eles são inocentes e que o crime foi cometido por uma terceira pessoa que entrou no apartamento.
www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u402085.shtml
Juiz autoriza mãe de Isabella ajudar na acusação
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