da Folha Online
A ex-congressista Consuelo González de Perdomo, libertada em 10 de janeiro pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), viajará na tarde desta segunda-feira a Bogotá, de acordo com informações de fontes oficiais venezuelanas.
Segundo as fontes, a partida de González está prevista para 14h (16h30 de Brasília) na zona oficial do aeroporto internacional Simón Bolívar de Maiquetía, nos arredores de Caracas.
Não foi informado se a ex-parlamentar viajará a bordo de um avião enviado pelo governo da Colômbia --como fez neste domingo a advogada Clara Rojas, a segunda refém libertada na semana passada pela guerrilha colombiana.
Após retornar a Bogotá, Rojas pode rever seu filho Emmanuel, 3, depois de três anos de separação. "Eu me sinto a mulher mais feliz do mundo e mais orgulhosa com o meu bebê. Ele está divino, tem um olhar lindo", disse ela, emocionada.
Reuters |
Ex-refém das Farc Clara Rojas abraça filho Emmanuel após 3 anos de separação |
As cenas do reencontro --que ocorreu em local não identificado em Bogotá-- foram divulgadas em vídeo pelo Instituto Colombiano de Bem-Estar Familiar (ICBF).
A diretora do ICBF, Elvira Forero, explicou que Rojas e Emmanuel passarão por "sessões de conhecimento" para que o menino forme vínculos com a família e tenha a "qualidade de vida que merece". A custódia do garoto foi concedida a ela provisoriamente, até que os trâmites para a guarda permanente se encerrem, provavelmente no prazo de duas semanas.
A ex-refém voltou a pedir compreensão dos meios de comunicação e de todo o mundo.
"Venho em um processo forte de esgotamento. Então, quero pedir para ficar tranqüila", afirmou. Ela disse que sua mãe, Clara González de Rojas, Emmanuel e ela própria passarão por tratamentos médicos, e precisam descansar "uns dias, semanas ou meses".
Mais uma vez, Rojas agradeceu a "todos os concidadãos, compatriotas e amigos do mundo" pelo bem que fizeram a ela e a seu filho.
Seqüelas
Emmanuel ainda sofre seqüelas de seu tempo em cativeiro. Uma fratura em um braço durante o nascimento ainda o impede de fechar a mão. Emmanuel sofreria ainda problemas psicomotores. Ele foi entregue a um orfanato com malária, leishmaniose e diarréia aguda.
O garoto é fruto de uma relação consentida entre Rojas e o guerrilheiro Juan David, de quem Rojas não tem mais notícias.
As Farc decidiram separar o garoto da mãe poucas semanas após o nascimento. De acordo com a guerrilha, em comunicado recente, Emmanuel não "poderia crescer em meio às operações bélicas, dos combates e das contingências da selva".
No princípio de 2005, os guerrilheiros deixaram Emmanuel sob os cuidados do camponês José Crisantemo Gómez Tovar, que o levou para tratamento médico em um posto de saúde. Porém, devido às evidências de maus tratos, Emmanuel foi levado ao ICBF e passou à guarda do Estado.
Libertação
No dia 18 de dezembro, as Farc anunciaram que libertariam Rojas, Emmanuel e a ex-congressista Consuelo González como "ato de desagravo ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afastado abruptamente das mediações entre a guerrilha e o governo da Colômbia.
A operação, no entanto, não foi bem-sucedida porque o garoto não estava mais com a guerrilha, como o governo colombiano revelou.
Uma segunda operação conduzida pela Venezuela resgatou Rojas e González na última quinta-feira (10). Elas estavam em poder das Farc havia mais de cinco anos.
Com Efe e France Presse
do site:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u363255.shtml
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