Por Vinícius Pinheiro
São Paulo - A integração de agências bancárias do Itaú e do Unibanco terá início ainda este mês - a princípio como um projeto piloto - e deverá se intensificar a partir do último trimestre deste ano, afirmou o diretor executivo de Controladoria da instituição, Silvio de Carvalho, durante teleconferência com a imprensa para comentar os resultados do banco no segundo trimestre. O processo, que inclui a conversão da rede para os sistemas do Itaú, deverá se estender ao longo de todo o ano que vem e terminar apenas em 2011, segundo Carvalho. Ele afirmou que o banco continua realizando estudos com as marcas Itaú, Personnalité e Uniclass. "Mas na rede de agências comum deve prevalecer a marca Itaú."
Uma semana após o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, afirmar que a liderança não é uma obsessão, hoje foi a vez do Itaú Unibanco repetir o discurso. Questionado se uma possível perda da liderança entre os bancos brasileiros em ativos para o Banco do Brasil preocupa, Carvalho disse que não é objetivo da instituição ser o líder em ativos. "Nossa posição é a de continuar competindo e atender melhor o cliente, com foco na rentabilidade", afirmou.
Dentro desse último aspecto, o diretor do Itaú Unibanco disse que espera uma redução na taxa de margem financeira, em consequência da queda da taxa básica de juros (Selic). Esse impacto ainda não está refletido no resultado porque o banco ainda contabiliza no ativo operações de longo prazo realizadas quando os juros estavam em patamares mais elevados, explicou. Apesar da redução porcentual na margem, a queda na Selic traz um efeito positivo com o aumento nos volumes e na receita de intermediação financeira, de acordo com Carvalho.
Crédito
Com a retomada do crescimento econômico esperada para 2010, o Itaú Unibanco deve apresentar um aumento entre 20% e 25% da carteira de crédito no ano que vem. A projeção é do diretor executivo Silvio de Carvalho. Para este ano, o banco manteve a perspectiva de uma expansão de 10% a 15%, apesar do fraco desempenho nos primeiros seis meses de 2009, quando houve uma redução de 2,2% no saldo da carteira de financiamentos. O executivo atribuiu a queda no período à valorização do real, que reduziu o total de empréstimos em moeda estrangeira, e à política de maior seletividade na concessão de empréstimos, em consequência do agravamento da crise.
O diretor do Itaú Unibanco estimou uma recuperação na concessão de financiamentos, em especial nas linhas para pessoas físicas, que devem encerrar este ano com uma alta de até 15%, e para pequenas e médias empresas, com expansão prevista de até 20%. Carvalho destacou o bom desempenho do crédito imobiliário, que encerrou o mês de junho com crescimento de 36,2% em relação ao mesmo período de 2008. Para 2009, ele projetou um aumento de 25% nas concessões dessa modalidade de empréstimo.
A maior seletividade no crédito não impediu o aumento da inadimplência no banco, que atingiu 5,4% no segundo trimestre, considerando os atrasos acima de 90 dias. "A alta é consequência de operações realizadas em períodos passados, os números não mostram mais tendência de crescimento na inadimplência nas operações recentes", argumentou Carvalho. Segundo o executivo do Itaú Unibanco, a inadimplência deverá atingir o pico no terceiro trimestre deste ano, quando deve chegar a 6%, e se manter nesse patamar, com tendência de queda, até o fim deste ano.
Com relação aos atrasos acima de 60 dias, Carvalho avalia que o pico também deve ser atingido até setembro, em um patamar de 7% ou um pouco superior. Por esse critério, a inadimplência nas linhas de pessoa física devem ficar levemente acima de 10%, enquanto nos empréstimos destinados a empresas o nível máximo de atrasos deve ser de 4,5%.
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