Segundo ele, Everaldo dos Santos 'pode comprometer' muita gente.
Ex-cabo da PM é suspeito de participar de grupo de extermínio.
Pai de Eloá foi reconhecido após ter passado por atendimento médico durante o seqüestro da filha (Foto: Adriano Lima/Futura Press)
O delegado-geral adjunto da Polícia Civil de Alagoas, José Edson de Medeiros Freitas Júnior, disse nesta quinta-feira (23) que Everaldo Pereira dos Santos, pai de Eloá Pimentel, corre mais risco solto do que preso.
Veja vídeos, fotos e as principais notícias do seqüestro de Eloá e Nayara
Ex-cabo da PM, Santos é procurado por ter cometido pelo menos quatro crimes, entre eles homicídio, na década de 90, quando integraria a "gangue fardada". O pai de Eloá nega o crime e diz que não se entrega à polícia com medo de ser morto. Ele é considerado, segundo os policiais, o criminoso mais procurado de Alagoas.
O delegado Freitas Júnior informou que negocia com a Justiça a concessão de delação premiada para o pai de Eloá. "Ele corre mais risco solto porque as pessoas que o contrataram naquela época podem ter o desejo de vê-lo morto", disse.
Freitas Júnior e a delegada Luci Monica Rabelo, diretora de Estatística, Informática e Armas da Polícia Civil de Alagoas, chegaram a São Paulo na noite de quarta (22) para ajudar a encontrar o pai de Eloá. Everaldo Pereira dos Santos é apontado como o braço direito do comandante de um grupo de extermínio que atuou em Alagoas na década de 1990. O pai da garota foi reconhecido pela televisão ao passar mal durante o seqüestro. Em São Paulo, ele se apresentava como Aldo Pimentel.
Indícios
Segundo o delegado alagoano, Santos é apontado como o autor dos disparos de metralhadora que mataram em 1991 o então delegado Ricardo Lessa, irmão do ex-governador Ronaldo Lessa, e o motorista dele. Freitas Júnior contou que as investigações apontaram que a gangue tinha três irmãos no comando. Dois deles estão presos. "Há fortes indícios (de que Santos tenha cometido o crime) com base nos depoimentos", contou o delegado.
Freitas Júnior e Luci estavam na tarde desta quinta na Delegacia Seccional de Santo André, onde se encontraram com o delegado Marco Aurélio Gonçalves, do Serviço de Investigações Gerais (SIG) da cidade. Segundo Gonçalves, o objetivo do encontro foi trabalhar com "plena cooperação" para prender o pai de Eloá. Os dois policiais de Alagoas trouxeram documentos do processo, os quatro mandados de prisão contra o ex-cabo da PM e a ficha funcional dele, que é tido como desertor.
Proteção
Freitas Júnior garantiu que Santos terá sua integridade física preservada caso se entregue e os parentes dele serão colocados no programa de proteção à testemunha. "Um dos nossos objetivos aqui é reforçar que ele pode se entregar porque a integridade física dele será assegurada". O delegado acredita que Santos "tem muitas informações" e poderia ajudar a polícia a prender os outros integrantes do grupo de extermínio. Apesar de não dar detalhes, os policiais acreditam que Santos ainda esteja no estado de São Paulo.O delegado-geral adjunto relatou que a "gangue fardada" matava por dinheiro e estava envolvida em roubo de cargas, homicídios e latrocínios. Cometiam os crimes sempre encapuzados, mas tinham nas fardas a "proteção" e a certeza de que estariam impunes. "Eles distribuíam uma carteirinha chamada 'Amigos do Cavalcante'. Com ela, você não parava em blitz, podia andar armado e ninguém mexia com você", disse Freitas Júnior.
http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL833802
-5605,00-RA+DELEGADO+DE+ALAGOAS+PAI+DE+ELOA+
CORRE+MAIS+RISCO+EM+LIBERDADE.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário