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O telescópio terá duas tarefas principais em três anos de missão: olhar fixamente as estrelas e ficar parado. CABO CANAVERAL - Um telescópio da Nasa está pronto para ser lançado ao espaço nesta sexta-feira (06/03) com a missão de buscar planetas semelhantes à Terra em torno de outras estrelas. |
O lançamento do telescópio Kepler está marcado para as 22h49 de sexta-feira (0h49 de sábado em Brasília) na Base Aérea do Cabo Canaveral, na Flórida.
"Esta é uma missão histórica", disse o chefe dos cientistas espaciais da Nasa, Ed Weiler, na quinta-feira a jornalistas. "Ela realmente ataca algumas questões humanas básicas que foram feitas desde que o primeiro homem ou mulher olhou para o céu e perguntou 'Estamos sozinhos?'."
Uma vez em órbita, Kepler vai se orientar para um trecho do céu rico em estrelas, entre as constelações de Cisne e Lira, na nossa galáxia, a Via Láctea. O telescópio terá duas tarefas principais em três anos de missão: olhar fixamente as estrelas e ficar parado.
Os dispositivos coletores de luz no telescópio são suficientemente sensíveis a ponto de detectar ligeiras mudanças no número de fótons emanados por mais de 100 mil estrelas-alvo no campo de visão do telescópio. Algumas das mudanças ocorrerão por causa da passagem de planetas diante das suas respectivas estrelas, bloqueando temporariamente um pouco da luz.
Os cientistas já descobriram mais de 340 planetas girando em torno de estrelas além do nosso sistema solar, mas nenhum desses mundos é tão pequeno quanto a Terra. O Kepler é o primeiro instrumento desenhado unicamente para caçar mundos do mesmo tamanho da Terra e orbitando seus sóis numa distância que permita a existência de água líquida, pois acredita-se que esse seja um ingrediente essencial para a vida.
"O Kepler não vai descobrir sobre atmosferas, ou se há água nesses planetas", disse Gibor Basri, cientista do Kepler na Universidade da Califórnia-Berkeley. "É realmente uma avaliação de como anda o mercado imobiliário para planetas rochosos."
Ao fim de três anos de missão, os cientistas esperam anunciar se planetas como a Terra são comuns ou raros. "Possivelmente ele poderá nos dizer que as Terras são muitíssimo comuns, que temos um monte de vizinhos por aí. Ou pode nos dizer que as Terras são muitíssimo raras --talvez sejamos a única Terra", disse Weiler.
"Acho que essa seria uma péssima resposta", acrescentou. "Eu, por exemplo, não quero viver em um universo vazio onde nós somos o melhor que existe. Esse é um pensamento assustador para muitos de nós."
http://info.abril.com.br/aberto/infonews/032009/06032009-0.shl
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