“Aquilo
que o homem semear, isso também ceifará” — esse é o enunciado da Lei da
Semeadura e da Colheita. Quando o apóstolo Paulo escreveu essa pérola
aos gálatas (Gl 6.7), ele não estava estatuindo ou criando nada novo,
apenas enunciava uma lei extremamente conhecida na sociedade agrícola de
então, portanto, escrevia o óbvio ululante. Mas, mesmo sendo uma
verdade tão óbvia, muita gente não se dá conta do potencial de bênção ou
de maldição que a mesma encerra, dependendo da essência da semente
plantada.
Essa
lei tem aplicações gerais, portanto, é correto aplicá-la tanto em
relação a coisas boas como a coisas más. Paulo escreveu: “Aquele que faz
injustiça receberá em troco a injustiça feita; e nisso não há acepção
de pessoas” (Cl 3.25). Salomão afirmou: “O que semear a injustiça segará
males” (Pv 22.8). O profeta Isaías diz que, semeando-se justiça,
colhe-se paz, tranquilidade e segurança (Is 32.17).
Quando
se semeia amor, tem-se como resultado uma colheita de amor. As
turbulências na vida muitas vezes podem ser fruto de algo que se plantou
— “porque semeiam ventos, e segarão tormentas” (Os 8.7). As gentilezas
são também fruto de gentilezas. Experimente “plantar” sorrisos, e veja
se não terá uma colheita de sorrisos. Algo que se pode experimentar
rotineiramente em relação ao sorriso “plantado” é que a colheita
normalmente é imediata! Segundo o sábio Salomão, “a resposta branda
desvia o furor” na mesma proporção em que “a palavra dura suscita ira”
(Pv 15.1).
No
episódio da prisão de Jesus, quando Pedro usou uma espada para cortar a
orelha do servo do sumo sacerdote, Jesus o mandou embainhar a espada e
acrescentou: “...pois todos os que lançam mão à espada, à espada
perecerão” (Mt 26.52). Ele estava lembrando a Pedro da operacionalidade
dessa lei.
Uma
atitude crítica resultará com certeza em uma colheita de atitude
crítica na mesma medida, independentemente de ser uma atitude correta ou
não. Pregando no conhecido Sermão do Monte, Jesus esclarece essa
questão: “Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois com o
critério com que julgardes, sereis julgados; e com a medida com que
tiverdes medido vos medirão também”. Ou seja: julgamento produz
julgamento. Se o julgamento for bom, produzirá em resposta bons
julgamentos; se for injusto, produzirá julgamentos injustos.
Nesta
ocasião Jesus estabeleceu a regra áurea das relações interpessoais na
seguinte sentença: “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam,
assim fazei-o vós também a eles” (Mt 7.12). Assim, Ele estava indicando
uma aplicação positiva dessa lei. Para Jesus, não bastava a máxima
confucionista — “não faças aos outros aquilo que não desejas que eles te
façam” — era necessário que plantássemos o bem e tivéssemos uma
colheita correspondente e proporcional ao nosso comportamento. De fato,
ninguém em sã consciência quereria fazer males para receber males em
troca. Para Jesus era necessário não apenas não semear males, e sim,
semear o bem. Jesus tinha completo conhecimento da potencialidade de um
ciclo positivo de bondade e dos benefícios disso para a humanidade.
Assim, aquilo que você planta, é também aquilo que vem a colher!
Nações
eram usadas por Deus para executarem juízo sobre outras nações, e eram
tratadas por Deus na medida do juízo que executavam. Se elas tratavam os
conquistados com condescendência e misericórdia, eram tratadas dessa
mesma forma. Se elas eram duros e cruéis, recebiam também isto da parte
de Deus, que levantava outras nações para a devida tarefa de punição.
A
Bíblia relata a história interessante do rei cananeu Adoni-Bezeque, que
costumava escravizar os reis conquistados. Antes, porém, lhes cortava
os polegares das mãos e dos pés. O povo de Israel, no caminho da
conquista da terra de Canaã, guerreou contra aquele rei, e o prendeu,
cortando igualmente os polegares de suas mãos e pés. Veja o testemunho
desse rei: “Setenta reis, a quem haviam sido cortados os polegares das
mãos e dos pés, apanhavam as migalhas debaixo da minha mesa: assim como
eu fiz, assim Deus me pagou” (Jz 1.5-7). Ele plantou escravidão e corte
de polegares e colheu exatamente isso em troca do seu comportamento
desumano.
Há
colheitas e colheitas. Umas demoram mais do que outras. Mas todas terão
o seu momento onde estarão prontas para a ceifa. “Tudo tem o seu tempo
determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu... tempo de
plantar e tempo de colher o que se plantou”, diz o rei Salomão (Ec
3.1,2).
As
últimas eleições presidenciais foram as mais sujas e ultrajantes de que
se tem notícia na nossa história. Uma vergonha inominável! Uma lástima
abominável! Uma sandice intolerável!
Quem
disse o que disse, se bem ou mal, se justa ou injustamente, se verdade
ou mentira, certamente terá a sua própria oportunidade de colher muitas
vezes mais — porque a colheita é sempre maior do que a semeadura — da
semente que plantou. Essa lei é implacável, ninguém dela escapa. É o
próprio Deus quem garante!
Cuidado,
Brasil! Cuidado, presidente! Cuidado, candidatos! Cuidado, autoridades!
Cuidado, cidadãos! Aquilo que uma pessoa semear, isso também ceifará!
Pastor da Assembleia de Deus em Belém